quinta-feira, setembro 13, 2007

...estava escura, estava escura porque não queria ver...
...não precisava de apalpar terreno, porque pensava que sabia como sair da escuridão, melhor, como quereriam que saisse...
...não me apercebia que as lampadas estavam fundidas, todas as lamparinas sem azeite, todos os isqueiros sem gás...
...estava na escuridão porque era confortável, porque não via, porque não me sentia...
...invadiste-a, tu invadiste-a meu pirilampo, empurras-te a escuridão lateralmente, e vieste de encontro a mim, não me tocas-te, fizeste-me esperar, ansear, deste meia volta e levaste-me contigo no teu feixe de luz...
...estou nesse feixe, numa espiral rectilinea, começo a ver, tu sorris-me, olhas para tras desafiante e ternamente...
...não tenho medo da viagem que vou atravessar, estou reticente é quando tu parares e me olhares de novo, estou reticente porque sei que quero o teu tocar...
...meu pirilampo, continua a levar-me, estarei sempre na senda do teu feixe, e olha-me nos olhos de novo...
...contigo não ha escuridão...

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